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quarta-feira, 30 de janeiro de 2008

Será mesmo educação inclusiva?

Com o decreto-lei 3/2008 de 7 de Janeiro, o governo pretende criar ESCOLAS REFERÊNCIA, onde os alunos com determinadas deficiências são inseridos em turmas só de alunos com essa deficiência....

Facultar a esses alunos um ensino mais direccionado?
Minorcar custos com a educação especial?
Incluir ou excluir?
Integrar ou isolar?






O que é EDUCAÇÃO INCLUSIVA?
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terça-feira, 8 de janeiro de 2008

Contactando com a realidade das escolas...

No dia 29 de Novembro de 2007, das 9h às 10h, o nosso grupo deslocou-se à Escola 2,3 de Amarante para entrevistar a professora Cristina Franco Fernandes, especializada no ensino especial para surdos, com o objectivo de nos esclarecer algumas questões acerca da educação para surdos.
  1. Acha que o Ensino Especial em Portugal tem as condições necessárias para proporcionar aos deficientes auditivos a educação que necessitam?

    R.:
    Não, porque como os alunos com essa deficiência estão integrados em turmas, maioritariamente, constituídas por alunos ouvintes, não têm uma integração “normal” entre os seus colegas pois não se sentem à-vontade pela falta de meios de comunicação logo, as escolas, devido ao reduzido número de alunos surdos não possuem todos os professores necessários para lhes dar uma boa educação.
    Contudo, acho que o Ensino Especial poderá vir a melhorar pois está a concentrar-se numa escola em Penafiel os alunos com esta deficiência. Deste modo, estes poderão ter um melhor acompanhamento tanto na educação como na integração na comunidade escolar.

  2. Que condições deve ter uma escola para proporcionar a um aluno surdo um ensino adequado?

    R.:
    Um aluno surdo precisa de 4 professores: um formador em L.G.P. (Língua Gestual Portuguesa) que tem que ser surdo; um intérprete de L.G.P., que tem que ser ouvinte e que é mais necessário para surdos profundos; um professor especializado e um terapeuta da fala.
    Aqui na escola temos dois alunos no 8º ano surdos, mas que oralizam, e um aluno no 9º ano que é surdo profundo e não oraliza. Havia mais dois alunos mas foram transferidos para o pólo educativo de Penafiel.
    Devido ao reduzido número de alunos surdos este ano tivemos que optar por um intérprete de L.G.P. ou por um formador de L.G.P.. Optamos por um intérprte porque este pode ajudar os três alunos e porque o aluno do 9º ano precisa de um intérprete visto que não consegue falar.

  3. Que dificuldades sente uma pessoa surda ao integrar-se na comunidade escolar?

    R.:
    Visto que exitem poucos alunos surdos nesta escola, a integração destes alunos na comunidade escolar torna-se mais difícil pela falta de meios de comunicação, porque nem os alunos surdos conseguem comunicar com os outros alunos , nem estes conseguem comunicar com os alunos surdos.
    A maior parte das vezes os alunos surdos acabam por se isolar, o que pode prejudicar a sua evolução na vida escolar por se sentirem “diferentes”. Deste modo, está a concentrar-se em Penafiel os alunos surdos das escolas da região, para que haja uma maior adapatação destes alunos na escola e um melhor acompanhamento das suas dificuldades no ensino.

  4. A L.G.P. é uma língua oficial no nosso país?

    R.:
    Penso que sim.

  5. Qual a sua opinião acerca da implantação nas escolas de uma disciplina que nos ensine a comunicar com L.G.?

    R.:
    Na minha opinião, seria muito gratificante para a integração dos alunos surdos numa escola onde os alunos são maioritariamente ouvintes.